PÁGINAS INDEPENDENTES

29 de jan. de 2012

PORQUE HOJE É DOMINGO


       Viver!

E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar

A beleza de ser um eterno aprendiz...
Ah meu Deus! Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita...
E a vida! E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida de um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é? Meu irmão...
Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo
É uma gota, é um tempo que nem dá um segundo...
Há quem fale que é um divino mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é e o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda, e a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita...
de GONZAGUINHA

28 de jan. de 2012

"MINHA" CIDADE...

Quando fui morar em Apucarana, eu tinha por volta de 10 anos e a cidade tinha um pouco mais... era uma cidade na qual ventava muito, havia muita poeira e muitos buracos.
Eu cresci lá e a cidade também cresceu.
Apucarana abrigou minha adolescência e meus sonhos de menina-moça. Foi lá que vi surgirem os grandes cantores e compositores de MPB, nomes que foram consagrados e são sinônimo de sucesso, como ELIS REGINA e CHICO BUARQUE.
Lá eu vi e senti “a banda passar cantando coisas de amor”... lá conheci o primeiro amor e casei...
Acompanhei a banda, mas a cidade continuou crescendo...
A tímida cidade empoeirada agigantou-se e tornou-se um marco para mim.

Hoje Apucarana faz 68 anos... qualquer dia volto lá e vou rever amigos que deixei “depois que a banda passou”. Por hora estou aqui, onde “plantei e colhi com as mãos a pimenta e o sal”, enquanto vejo “carneiros e cabras pastando solenes no meu jardim”...

PA
RA
BÉNS!

25 de jan. de 2012

O QUE FIZ NAS FÉRIAS

Acho que voltei das férias.
Nesta semana fiz uma sessão de FONOAUDIOLOGIA, ontem re comecei a EQUOTERAPIA e hoje recebi um telefonema da profissional, marcando FISIOTERAPIA e também T.O.
Não saí daqui, mas estive sem esse tipo de compromisso e aproveitei minhas férias.

ASSIM, ASSIM
 A velha rede ganhou novo espaço.
Vai daí que...
Achei que o espaço poderia se redecorado...
Agora se me perguntam o que fiz nas férias, tenho uma resposta que me é satisfatória.
 
OBÁ!!! Temos uma chaise grandona!
Ainda bem que levaram o Bidu (aquele pequeno encrenqueiro...) pro banho e eu posso ver de perto.
Eu passei a noite aqui... OPS!! é seu lugar, mamãe????
Agora você vai me por no blog?
Tô com vergonha...
As plantas ficaram muito bem no 'cantinho da treliça'.
E eu gosto de blogar aqui sentada;-)

23 de jan. de 2012

OS ANIMAIS E EU - VI

  Ontem meu cachorro grande, latiu enlouquecidamente... 
A minha cuidadora foi ver e voltou dizendo que havia um enorme sapo perto do portão. Pegou uma vassoura e espantou o bicho, sem ferí-lo.

 O fato me remeteu ao passado:
Os sapos marcaram indelevelmente minha vida, fato que permaneceu ignorado por mim durante décadas. Depois do jantar, todas as noites, íamos até a casa de uma tia, que era nossa vizinha. Ali, havia um grande terraço para o qual as luzes acesas, atraiam insetos. Sapos vinham “jantar”... Eram muitos sapos. Os adultos avisavam às crianças, que “xixi de sapo cega” e, então, eu nem me aproximava deles. Cresci vendo nos sapos apenas um predador feio e mau, tão mau a ponto de cegar um ser humano! Fato é que nunca consegui acreditar em príncipe encantado... Que princesa daria um beijo naquele bicho feio??? 
Atualmente, faço questão de registrar aqui que sapos não são maus, apenas




NÃO SÃO PRÍNCIPES ENCANTADOS!

19 de jan. de 2012

OS ANIMAIS E EU - V

Este post é uma homenagem a um anjo que Deus enviou pra me ajudar nas duas ocasiões em que a Vida me tratou com maior dureza.
Theo ficou comigo por 20 anos e ele morreu há 3 anos-(((
A dor da saudade já se foi... ficou uma grata lembrança.
ODE AO GATO Artur da Távola


 NADA É MAIS INCÔMODO PARA A ARROGÂN-
CIA HUMANA QUE O SILENCIOSO BASTAR-SE DOS GATOS.
O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece. O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias de amor. Só as saudáveis. Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Só aceita relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de traiçoeiro, egoísta, safado, espertalhão ou falso. “Falso”, porque não aceita a nossa falsidade e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e o dá se quiser.
 
O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte.


Sábio, é esperto. O gato é zen. O gato é Tao. Conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer. Exigente com quem o ama, mas só depois de muito se certificar. Não pede amor, mas se lhe dá, então o exige. O gato não pede amor. Nem dele depende. Mas, quando o sente, é capaz de amar muito. Discretamente, porém, sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano, mas se comporta como um lorde inglês. Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa a relação sempre precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Vê além, por dentro e avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende ao afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando esboça um gesto de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é muito verdadeiro, impulso que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe; significa um julgamento. O HOMEM NÃO SABE VER O GATO, MAS O GATO SABE VER O HOMEM. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, eles se afastam. Nada dizem, não reclamam. Afastam-se. Quem não os sabe “ler” pensa que “eles não estão ali”, “saíram” ou “sei lá onde o gato se meteu”. Não é isso! É preciso compreender porque o gato não está ali. Presente ou ausente, ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir. O gato vê mais, vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente ao nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e novas inter-relações, infinitas, entre as coisas. O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precisa de promoção ou explicação os assusta. Ingratos os desgostam. Falastrões os entediam. O gato não quer explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda a natureza, aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato. Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração e yoga. Ensina a dormir com entrega total e diluição no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase quinze minutos) se aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, ao qual ama e preserva como a um templo.
Lições de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, o escuro e a sombra. Lição de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gesto e senso de oportunidade. Lição de vida e elegância, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências ou exageros e incontinências.


              O gato é um monge portátil sempre à disposição de quem o saiba perceber.

16 de jan. de 2012

MEA CULPA

Depois de tudo que já vivi, hoje sou terminantemente contra aprisionar peixes em aquários e, esperando que minha experiência sirva de alerta aos amigos da blogosfera, confesso: eu mesma já mantive um grande aquário...
Nele cabia uma grande quantidade de peixes de diferentes raças, cores e tamanhos.
Verdadeiros clãs vivendo em 80 litros de água morna, iluminados por uma lâmpada acesa dia e noite. Eu me encarreguei de alimentar os peixes e controlar a temperatura da água. Aprendi a coordenar aquela movimentação familiar e, descobri que a rotina de cuidarmos daqueles peixes promovia a união da minha própria família, pois nos juntávamos (mãe, pai e filhos) quando era dia de limpeza no aquário. Era um trabalho de horas, animado pela perspectiva de apreciarmos, juntos, a água cristalina iluminada e salpicada de peixes bonitos e coloridos, que nos trariam paz e harmonia.
...
Quando a minha separação conjugal se concretizou, me vi com três filhos e um clã de peixes para cuidar sozinha...
Na última noite que o aquário passou lá em casa, sentei-me e fiquei observando o movimento dos peixes. Dei-me conta, então, de que cada criaturazinha daquelas era uma vida, com suas próprias características e que todas estariam me observando como eu as observava.
Por um segundo, o olhar daquelas pequenas criaturas era como o olhar do Criador sobre a criatura.
 Que impressão eu teria causado?????


13 de jan. de 2012

OS ANIMAIS E EU - IV

Uma das influências mais marcantes que trago da minha preadolescência é do grande Lunick, um Cão Pastor Alemão enorme, de propriedade de uma amiga íntima da minha família, que me deu um grande susto.*
Tempos depois, Lunick comeu uma bola de carne recheada com vidro meído, que fora atirada por sobre o muro que cercava o quintal. O fato aconteceu durante a noite e, na manhã seguinte, o cão foi encontrado sem vida...
Aquele cachorro chamou minha atenção ao avançar sobre mim e assim me ensinou, na
prática, que desrespeitar o limite alheio é muito perigoso!
A morte prematura do Lunick me fez ver que não devemos sucumbir à nossa própria ganância e, ainda, que a maldade humana pode ser tão sutil quanto fatal.
Hoje acredito que cada pedra em que tropeço é uma chamada de atenção da própria Vida, que pode utilizar até cachorrão bravo para motivar Seus ensinamentos...

*O ‘susto’ que levei está relatado (sob o título UM GUARDIÃO), numa página independente deste blog.

12 de jan. de 2012


 

 

Cecília Meireles



"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira ."

10 de jan. de 2012

PODEROSA... EU???

Hoje ouvi, na novela das 19:00h, uma frase que achei interessante.
“Há quatro coisas que não voltam:
A pedra atirada; a palavra lançada; a oportunidade perdida; e, o tempo.” (Miguel Falabella)
Pouco depois, li um novo comentário ao meu post de ontem, sobre vaca, na série "OS ANIMAIS E EU":
“Jan,
quantas lições tiramos destas experiências simples que fazem parte da rotina, mas que se olharmos com objetividade para o acontecido, veremos a lógica contida no fato, e a aprendizagem que isto nos traz.
Bjos,

Hoje um fato rotineiro que, somado à oportunidade que surgiu dele, resultou num episódio publicável (eu estava relutando em ‘blogá-lo’). Aconteceu assim:
Maria (minha cuidadora) levou os cachorrinhos pequenos para a caminhada diária, enquanto eu fiquei com o grande... habitualmente, deixo-o andar solto pela casa, quando ele cheira e observa tudo.
Hoje vi várias pessoas fazendo os “finalmentes” na construção vizinha e mudei um pouco... pus a guia no cachorrão, prendi-o na cadeira de rodas e saí na frente da casa. Chamei o dono da obra e apresentei meu grande amigo canino. O homem olhou e comentou:
“- Como ele é bonzinho!”
O grande Leo sentou-se ao meu lado e deve ter feito “cara de mau”...
“- E como é bravo!”
O homem foi embora, bem impressionado...

Senti-me tão poderosa, que nem percebi que estava de pijama,
descabelada e sentada numa cadeira de rodas! 

 

8 de jan. de 2012

OS ANIMAIS E EU - III

NA MOITA

O início da minha vida escolar deu-se numa escola rural. O caminho era percorrido a pé por um grupo de crianças, grupo este do qual eu fazia parte e que ganhava novos membros a cada pequeno trecho caminhado.
Assim, quando chegávamos perto do pasto do seu Roy, o grupo estava completo e contávamos com a companhia cuidadosa da professora.
Naquela manhã, corremos gritando e passamos por debaixo da cerca de arame, sentindo o hálito da vaca em nossos calcanhares.
Quando todos nos sentimos seguros e calmos, a professora que como nós se arrastara por debaixo da cerca, explicou o incidente:
—“A mesma vaca que sempre foi mansinha e nunca se importou com nossa presença, hoje se enfureceu porque seu filhotinho estava escondido em algum lugar deste pasto”.
E, rindo, completou:
—“Toda mãe defende seu filho com fúria, em qualquer espécie, inclusive na espécie humana”.
Ficamos felizes por termos uma professora tão sabida!
Foi naquela oportunidade que aprendi que alguns bichos podem se tornar muito perigosos em determinadas situações... Então, aprendi a respeitar e valorizar a maternidade em todas as espécies... o que nunca me impediu de apreciar um bom bife.
Aprendi, ainda, que alguns animais domésticos não devem ser tidos como animais de estimação, pois foram criadas para nos fornecerem alimento, como ovo, leite e carne... sua própria carne.
Ainda hoje, sempre que vejo gado no pasto fico pensando que ali pode haver uma vida nova escondida em alguma moita.

6 de jan. de 2012

OS ANIMAIS E EU - II


Meu contato com cavalos sempre foi intenso e marcante, mas eu nunca tive um deles e já me conformei em não ter.    
Aprendi, desde criança, a confiar neles. Cavalos são bichos especialmente sensíveis e sentem prazer em servir aos humanos... e assim, são domáveis... os cavalos transmitem beleza, elegância, força bruta, sensibilidade, dignidade e autoestima naturais  e instintivas.
Hoje, sou praticante de equoterapia e tem sido a realização de um sonho... o sonho de ter um cavalo meu, mesmo que seja só durante 30 minutos semanais. Além dos benefícios psicológicos trazidos pela equoterapia, eu, sempre excessivamente realista, aprendi a “fazer de conta” aos 60 anos de idade e agora faço de conta que cada cavalo coterapeuta é meu e que me leva a passear por verdes campos, sob o céu azul.


5 de jan. de 2012

OS ANIMAIS E EU

BARONESA
Pouco tempo antes do meu nascimento, minha mãe foi presenteada com uma fêmea de grande porte, mestiça de Pastor Alemão. Ter convivido com aquela cadela semeou em mim simpatia e respeito pelos bichos.
Um dia a Baronesa teve filhotes... e eram tão bonitinhos! À medida que os filhotes cresciam, Baronesa foi se ocupando menos deles, até que eles se foram e a cadela não demonstrou tristeza. A “semente” estava lançada...
Baronesa viveu até seus 12 anos. Ver seu corpanzil sem vida sendo levado foi minha primeira oportunidade de lidar com a sensação de perda.
Graças aos exemplos da Baronesa, hoje posso ver que nossos filhos são capazes de viver suas próprias vidas e também que, perdas doem e podem trazer lágrimas mas não devem gerar desespero nem pânico.
Acredito que aquela cadela tenha sido posta por Deus ao meu lado para que eu observasse algumas de suas atitudes básicas diante da vida.


3 de jan. de 2012

SOBRE ESPELHOS




“O que é um espelho? É o único material inventado que é natural. Quem olha um espelho, quem consegue vê-lo sem se ver, quem entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio... esse alguém percebeu o seu mistério de coisa.” Clarice Lispector


Houve um tempo em que o espelho era, para mim, apenas um objeto  útil.
Mas, houve também um tempo em que eu evitava encarar qualquer espelho, pois temia nada ver... era assim que eu me sentia: COISA nenhuma.
Houve ainda um tempo, em que eu enxergava minha imagem exterior nos espelhos, e gostava dela... mas, dentro da minha casa os espelhos funcionavam, principalmente, como simples elementos decorativos.
Depois, houve um tempo em que meu corpo todo pendia para o lado direito (notadamente a cabeça) e eu procurava algum espelho para corrigir minha postura corporal. E assim, espelhos voltaram a ser úteis, para mim. Por outro lado, olhar para o espelho passou a ter sabor de remédio amargo.
Agora chegou um novo tempo... um tempo em que vejo, no espelho, um objeto decorativo que amplia e complementa minha casa, onde eu vejo a imagem de uma mulher idosa e ereta (embora sentada) que ainda sonha e age... que procura vestir-se bem... que abandonou o cinza e aderiu ao colorido, sem se importar com sua indispensável cadeira de rodas.
Uma mulher que pagou o preço e agradece por poder, agora, perceber seu próprio mistério de GENTE.

1 de jan. de 2012

VIVA!!!!!

No final do século XX, eu era “estreante” no uso de cadeira de rodas.
Então, todos comentavam como seria o III milênio e escrevi o poema acima... talvez o tenha escrito pra mim mesma.
 TRÊS ZEROS, QUATRO DÍGITOS
Promessas mil!
Previsões mil !
Esperanças mil!
Fatalidades mil!
No ano 2000.

Mas não é “o ano 2000”.
São “os anos 2000”.
E no III milênio,
serão anos mil.

Multiplique por mil!
E lá vamo nós, século XXI adentro. Sinto-me privilegiada por podido vivenciar o nascimento de um novo milênio... e já faz 12 anos.
Posso dizer que aproveitei todas as oportunidades boas que a Vida me concedeu em 2011 e pelas quais agradeço.
Espero que eu e meus amigos saibamos aproveitar as oportunidades que virão em 2012...

Que sejam multiplicadas por mil!